As tendências que vamos querer vestir neste outono-inverno
A moda da próxima estação é um misto de loucura e escapismo deixando de lado o utilitarismo e a praticidade das anteriores. Descubra as principais tendências deste outono-inverno e veja como as vestir.
As roupas deste outono-inverno emanam um certo glamourdecadente e, ao mesmo tempo, têm um lado rebelde, de espírito livre e sonhador, mas não será essa a essência da moda, tornar o sonho realidade?
Do padrão leopardo que todas vimos reinar na estação anterior, ao boho e ao futurismo, e até às modas que retornam sempre para a época fria – olá tartan, blazers XXL e capas – estas são as tendências de outono-inverno que vamos ver nas ruas muito, muito em breve.
Provavelmente uma das tendências mais recorrentes, o boho volta a ser uma estrela que nos remete aos anos 1970, ao amor livre e à rebeldia da juventude, desta vez vem com vestidos fluidos bordados, blusas de chiffon, óculos de aviador e grandes colares. Se aproveitar peças do verão, quer seja de saldos ou do guarda-roupa, só tem de trocar as sandálias de plataforma de madeira por botas de cano alto.
Uma dose dupla de peças de ganga em grande parte das marcas, mesmo nas mais exclusivas, é caso para fazermos um exercício de reflexão: o conforto nunca está fora de moda. É uma das tendências mais fácil de recriar com peças de ganga que já existam no guarda-roupa; nem sequer precisam de combinar.
Um clássico mais ou menos presente todas as estações. Este inverno, o calor e a sensualidade de África conquistam o continente europeu. O leopardo é o estampado que está a dominar as passarelas da nova estação. As formas de usar esta tendência já estão a surgir – experimente, por exemplo, as calças de leopardo com uma camisa branca e sandálias discretas ou uma camisa com calças de ganga e botins.
A capa abala a sua reputação burguesa com variações mais experimentais, muito compridas, muito curtas, de ombros sofisticados e materiais díspares, da caxemira ao couro, encontraremos de tudo um pouco numa peça mais democratizada que vai vestir desde a realeza ao mais comum dos mortais, em versões diurnas.
Um pouco de brilho pode fazer a diferença num inverno de cores monótonas e mais tristes. No dia a dia, a peça cintilante pode e deve ser combinada com outra peça mate e assim formarem um par perfeito.
É uma forma de homenagem a Claude Montana, que morreu este ano. Considerado o rei das silhuetas exageradas e dos ombros hiperdimensionados, contribuiu para definir o power dressing (fenómeno nos anos 80 que consistia em vestir para impressionar. Fatos de alfaiataria e blazers com grandes chumaços, refletia o desejo de projetar autoridade e sucesso no meio corporativo). Quatro décadas passadas continuamos a necessitar de empoderamento: ombros retos, inclinados ou arredondados, os hiperdimensionados comandam o espaço e transmitem autoridade.
Um regresso aos valores tradicionais, aos fins de semana no campo, principalmente se o campo for Balmoral ou qualquer outro, em Inglaterra ou na Escócia, onde os diferentes tartans são o brasão das famílias. Os tweeds e príncipe de gales também ajudam a evocar um estilo real e descontraído, embora o foco esteja no tartan, que tanto faz lembrar as meninas bem-comportadas de família tradicional como a rebeldia do punk.
A tendência para o ‘luxo discreto’ evoluiu para o vestuário de trabalho usável e a próxima estação está repleta de formas mais frescas de vestir fatos – pense em blazers descontraídos e calças de pernas largas, bem como na ascensão de saias mais femininas. Usá-los com blusas de seda ou camisolas fará com que o vestuário de escritório seja muito apetecível.
É uma das tendências que mais se repete, inverno após inverno. Este ano, o look é opulento e os casacos de pelo sintético podem fazer-se acompanhar de luvas de pele e chapéu. Noutros casos mais simples, funcionam meramente como agasalho. O mais importante é que os casacos sigam o seu propósito, proteger do frio e, em simultâneo, que sejam produzidos de forma consciente e respeitem os direitos dos animais.
O mote é a experimentação em volumes e materiais cujo resultado é surpreendente; quer seja para extraterrestres ou seres humanos não faz a mínima diferença, desde que o visual inspire sonhos e viagens intergalácticas.
10 / 10
A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº291, setembro de 2024.