Cecília Prado: “Quero continuar a fazer a diferença no âmbito social e ambiental, quero servir de inspiração para outras empresas”

A combinação de quase quatro décadas de história com o know-how de técnicas elaboradas de peças em malhas e tricô trouxe a marca Cecília Prado, com etiqueta Made in Brazil, até terras lusitanas. Conversámos com a designer para conhecer melhor esta empresa familiar.

Por Jan. 12. 2024

Depois de quase quarenta anos no Brasil, chegou a vez de Portugal receber a marca de moda Cecília Prado, especializada em peças de tricô. Intemporais, sofisticadas e ultra femininas, podem ser utilizadas por todo o tipo de corpos e estilos.

A Saber Viver conversou com a designer para conhecer melhor esta empresa. Ora veja.

Entrevista a Cecília Prado

A sua família está no negócio das malhas. Foi daí que surgiu a paixão pelo mundo da moda?

Sim, eu nasci e fui criada na fábrica, então alimentava-me daquilo desde menina. Fez parte da minha educação, da minha infância e adolescência, e realmente não fazia sentido nenhum eu seguir outro caminho porque já estava na minha alma.

Onde vai buscar inspiração?

Como temos um arquivo muito grande, gosto de mergulhar na história da marca. Temos amostras de muitos anos, então revisitar o nosso passado é muito importante. Para ter algo moderno, equilibramos o passado com as tendências e com essa frescura, para que a coleção seja moderna e intemporal, mas com história.

De que forma conseguimos ver a sua identidade nas peças?

Acho que tem os atributos que são intangíveis, a graciosidade, a feminilidade, a delicadeza e o charme. Mas também acho que o tricô por si só já imprime uma característica da marca. A cor e os padrões, principalmente os florais, e as misturas de texturas nas peças são a identidade da Cecília Prado.

Quero continuar a fazer a diferença no âmbito social e ambiental, quero servir de inspiração para outras empresas
Cecília Prado, designer

Quão importante é a sustentabilidade para a marca?

Muito. Estou realmente empenhada no dia a dia, na prática, na minha rotina e na minha empresa também em fazer
a diferença, não só em como dar um destino para os retalhos, mas também na hora de evitar a produção dos mesmos.

Uniu-se à UNICEF com o projeto Jovem Aprendiz e à campanha Calor Humano. Como foi promover estas iniciativas?

Acho que a conscientização é o mais importante; poder fazer a diferença. Eu quero fazer essa diferença, quero ser lembrada como uma marca que não faz mais do mesmo, mas que faz além. E essa é uma maneira que temos de tocar as pessoas, de levar esse calor humano, de dar a oportunidade do primeiro emprego, de não ser uma empresa que só quer ter sucesso comercialmente e financeiramente falando. Quando vemos tudo pronto para ser doado, tudo o que envolveu fazer aquilo, o material usado, resolvemos dois problemas – evitamos deitar fora os retalhos e aquecemos uma pessoa.

A marca Cecília Prado está disponível em 20 países. Que planos tem para o futuro?

Ser uma marca cada vez mais estabelecida, robusta, firme e bem consolidada. Quero que a empresa possa crescer e enraizar-se cada vez mais nos mercados onde já está, porque isso também é um desafio. É importante que tenhamos essa fidelização, esse entrosamento com os nossos clientes. Quero continuar a fazer a diferença no âmbito social e ambiental, quero servir de inspiração para outras empresas.

Para si, o que é saber viver?

Eu acho que saber viver é procurar ter uma vida leve, com o coração cheio de contentamento, porque temos muitas coisas para agradecer. Reconhecer as bênçãos, acho que isso é importante. Tenho gostado muito de poder fazer a diferença, acho que repartir com o outro o que temos é uma grande sabedoria de vida.

A marca Cecília Prado está à venda no site e na página de Instagram oficiais e em lojas selecionadas.

A versão original deste artigo foi publicada na revista Saber Viver nº283, janeiro de 2024.
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