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9 perguntas que deve fazer antes de comprar roupa nova

9 perguntas que deve fazer antes de comprar roupa nova

Estes são os mandamentos em forma de auto questões que o seu closet pede – ou melhor, exige – de forma a que o torne o mais organizado, funcional e consciente possível.

Por Jan. 6. 2020

Imensa roupa e nada para vestir? Um clássico na vida de qualquer mulher da vida moderna. Já todas aí estivemos. Mas não tem necessariamente de assim ser.

A entrada no novo ano, ou melhor, na nova década, torna-se, a par com as típicas resoluções de mudança de vida, a altura idílica para renovar o guarda-roupa.

Prepara-se a nova estação e arruma-se a anterior, ao mesmo tempo que nos desfazemos de peças que já não usamos e que, por isso, decidimos doar (na melhor das hipóteses), vender ou mesmo deitar fora.

Mas no calendário assinala-se igualmente a época de saldos, o que faz com que comprar roupa nova se torne um deleite ou um pesadelo para muito boa gente.

A verdade é que a arte de acrescentar novidades de vestuário ao nosso bem-amado armário se pode revelar uma tarefa cheia de façanhas e armadilhas até para as mais perspicazes cabeças.

Queremos viver com mais intencionalidade, comprando de forma consciente e, se possível, ecológica também. Desejamos peças, na sua maioria, intemporais e que exijam pouca manutenção. Queremos bons achados e também preços justos e razoáveis, sobretudo adaptados às nossas possibilidades financeiras, no momento.

Sonhamos com um guarda-roupa cápsula, mas não dizemos que não às tendências do momento. Queremos qualidade over quantidade e privilegiamos investimento a longo prazo em vez de compras por impulso. No fundo, almejamos peças que nos sirvam de feição e que acima de tudo nos façam sentir o empowerment feminino.

Mas não sabemos como fazê-lo. Esta é a questão que se coloca. Refletimos sobre o assunto, temos uma ideia de um ideal a adquirir, mas na prática não sabemos como lá chegar.

Eis algumas sugestões de perguntas que pode fazer a si mesma e que serão uma mais-valia utilitária nesta demanda na compra de roupa nova, quer seja uma consumidora digital, tradicional ou ambas.

Questões a fazer antes de comprar roupa nova

1. Já possuo alguma peça deste género?

Esta será uma das primeiras questões que se poderá fazer. A compra ideal deverá ser pensada com antecedência. E isto acontece ainda dentro das nossas casas e não na montra das lojas ou no primeiro clique de “adicionar ao carrinho de compras”, por mais estranho que lhe pareça.

A realidade é que antes de se aventurar numa Black Friday, nos saldos, ou mesmo naquela aquisição ocasional deverá conhecer muito bem o seu guarda-roupa. De uma ponta à outra. Isto evitará adquirir mais um par de calças caqui a juntar aos três que já lá tem.

Se apesar deste facto desejar mesmo esta nova peça, então poderá estar interessado na próxima questão.

2. Estou disposta a doar uma peça de roupa por cada nova que adquiro?

Na busca de um minimalismo que nos simplifique a vida, esta poderá ser uma questão interessante. A verdade é que não quer um guarda-roupa de tal forma grande que não consiga sequer manter um holograma seu na cabeça, ao ponto de o perder de vista. É uma forma de se organizar e ter controlo na situação, evitando o excesso por si só.

Ao fazer esta doação consciente estará, igualmente, a contribuir para a supressão de necessidades de outros, o que de outra forma, se calhar, não aconteceria.

3. Consigo encontrar esta peça em segunda mão?

Esta é uma tricky question. Está diretamente relacionada com a sua disponibilidade para com o planeta numa ode à sustentabilidade.

Pode ser uma forma de resposta à fast fashion (produção rápida de roupas baratas pelo mercado vigente de massas em relação às últimas tendências) e ao consumo desenfreado. Ainda que nunca o tenha feito ou esteja mais cética, acredite, não é difícil.

Verifique os estabelecimentos locais em segunda mão, este é um mercado que está a crescer, ou procure lojas de caridade ao invés das lojas tradicionais como primeira e única opção. A verdade é que há a hipótese de encontrar o que procura, em perfeitas condições e a preços impensáveis – pela positiva.

4. Gosto realmente desta peça de roupa ou do seu preço?

A pertinência da questão prende-se muito com a impulsividade a que, muitas vezes, cedemos em épocas de promoção ou saldos, por exemplo.

Preços muito atrativos ou mesmo escandalosamente baixos podem-nos fazer perder a noção de tudo. Aqui importa novamente a imagem mental do nosso próprio guarda-roupa, o propósito daquela compra e acima de tudo o que aquela aquisição nos faz sentir. E não estamos a falar do imediato.

Uma subquestão que também pode ajudar “Se esta peça fosse mais cara faria um esforço similar para a adquirir?”

5. Quem produziu esta peça de roupa?

Pode levar algum tempo de investigação da nossa parte mas a carga de responsabilidade ética, social e económica envolvida é imensa.

Não é segredo para ninguém o submundo das condições de trabalho deploráveis e desumanas em que homens, mulheres e até crianças enfrentam para a produção de roupa das maiores (e menores também) cadeias de moda.

Sob o pretexto do baixo custo arrisca-se o bem-estar e até a vida daqueles que não têm como se defender. É, em parte, nosso dever defender os direitos destes trabalhadores, da melhor forma que consigamos, tentando não compactuar com este ciclo de miserabilidade.

6. De que material é feita?

Isto porque nem todos os tecidos são produzidos da mesma forma e o seu impacto ambiental e a nossa experiência de uso pode ser bastante distinta.

Opções plant-based como o algodão ao invés de tecido sintético marcam toda a diferença, por exemplo. A etiqueta da costura deverá ser tão importante para si como a etiqueta do preço. Da mesma forma procurar indicadores como certificados de comércio justo ou orgânico revela-se uma boa pista.

Poderá, igualmente, indagar-se acerca da manutenção da peça que tem em mãos. Se esta impuser uma alta exigência de conservação (lavagens à mão ou a seco, por exemplo), poderá repensar a sua escolha.

7. Serve-me na perfeição?

Não vale a pena inventar, aqui. Por mais que queiramos, há simplesmente peças que não encaixam na nossa morfologia corporal ou mesmo tamanho. Assim como há defeitos de fabrico ou posteriores irremediáveis.

Um 40 de sapatos dificilmente será um 38 no nosso pé. E não há problema nenhum nisso.

Uma oportunidade não é realmente isso se não nos fizer sentir confortáveis em pleno. Por mais que lhe pareça que está a perder um grande achado, pense que essa peça nunca foi realmente para si. E siga em frente.

8. Consigo conjugar esta peça de roupa com o meu guarda-roupa atual?

Uma boa métrica a aplicar seria pensar se consegue fazer pelo menos três outfits diferentes com a roupa que já possui. Isto mostrar-lhe-á a flexibilidade da peça e o seu poder de encaixe na sua vida, ou melhor, no seu armário.

A verdade é que as tendências podem ter aqui um papel contraproducente se não as soubermos interpretar ou as levarmos demasiado à letra. Um closet equilibrado teria cerca de 70% de intemporalidade e 30% de tendência, mais coisa menos coisa. Concorda?

9. Com que frequência a vou usar?

Daqui a um ano, no próximo outono-inverno, a título de exemplo, ainda usarei esta peça? Há um movimento na Internet que encoraja, inclusivamente, ao uso de uma peça de vestuário pelo menos 30 vezes.

Uma avaliação, desta forma, do custo por uso da peça (dividindo o seu preço total pelo número de vezes que pretende usá-la) pode ser uma forma prática e muito útil de calcular o verdadeiro valor e auxilia-la num processo de decisão mais difícil.

Da mesma forma, poderá até verificar que uma peça mais dispendiosa, mas com um uso mais frequente poderá compensar outras três ou mais, mais baratas, mas de frequência de uso inferior, até mesmo porque a qualidade das mesmas pode não compensar no final.

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