A comunidade LGBTQIA+ representa um grupo de pessoas cujas experiências se cruzam em diversas culturas, regiões, etnias, crenças, entre outros. O mês do Pride é comemorado anualmente a 28 de junho há mais de 50 anos, em homenagem à resiliência das pessoas LGBTQIA+ e à luta contínua pelos seus direitos.
Além de ser uma celebração, este mês é também uma oportunidade para se protestar e sensibilizar todas as pessoas para as questões que a comunidade (ainda) enfrenta.
A sigla LGBTQIA+
O movimento político e social de inclusão de pessoas das diferentes orientações sexuais e identidades de género tem uma sigla repleta de letras. É importante saber o que significam para perceber a importância que têm.
- L – lésbicas: mulheres que sentem atração sexual ou afetiva por mulheres;
- G – gays: homens que sentem atração sexual ou afetiva por homens;
- B – bissexuais: homens e mulheres que sentem atração sexual ou afetiva pelos géneros feminino e masculino. As pessoas que sentem atração por todos os géneros identificam-se como pansexuais;
- T – transexuais ou transgéneros: pessoas que se identificam com outro género que não aquele atribuído ao nascimento, inclusive dentro do espectro não-binário. Trata-se de um conceito de relacionado à identidade de género e não à orientação sexual ou afetiva;
- Q – queer: pessoas que se auto identificam como género queer transitam entre géneros feminino e masculino ou em outro(s) género(s) no(s) qual(is) o binarismo não se aplica. Este termo faz referência à teoria queer que afirma que a orientação sexual e identidade de género são o resultado de uma construção social e não de uma funcionalidade biológica;
- I – intersexo: pessoas cujo desenvolvimento sexual corporal não se encaixa na norma binária;
- A – assexual: pessoas que não sentem atração sexual e/ou afetiva por outras pessoas, independentemente do género;
- + : esta comunidade abriga as diversas possibilidades de orientação sexual e/ou de identidade de género que existam.
GLS foi a primeira sigla a identificar o movimento de luta pelos direitos das pessoas homossexuais, bissexuais, transexuais e/ou identificadas com qualquer orientação não heterossexual e/ou cisgénero. A sigla representa as iniciais dos termos “gays“, “lésbicas” e “simpatizantes”.
Esta sigla foi atualizada para abranger mais espetros da sexualidade e identidade de género. Foram adicionadas as letras “B” para bissexuais e “T” para transexuais. A letra “S” foi retirada porque, embora o apoio dos simpatizantes seja considerado bem-vindo, entende-se que o protagonismo do movimento deve ser dos próprios.
Mais tarde, passou a LGBT, a letra “L” passou à frente da letra “G” para realçar a necessidade de equidade de género, dentro da comunidade LGBTQIA+.
Embora junho seja o mês do orgulho LGBTQIA+, a inclusão deve ser comemorada o ano todo
Pride: o mês do orgulho
Porquê junho e não outro mês?
Numa época em que era ilegal ser visto a dançar ou beber com pessoas do mesmo sexo e a maioria dos bares não autorizava a entrada de pessoas da comunidade por medo de serem multados, vários agentes da polícia norte-americana invadiram, na madrugada de 28 de junho de 1969, o Stonewall Inn – um popular bar gay – prenderam os funcionários por venderem bebidas sem licença e agrediram os que mostraram resistência.
Na rua, uma multidão assistiu e ficou revoltada com o que seria mais um dos abusos policiais, bastante frequentes para com os membros da comunidade LGBTQIA+.
A brutalidade policial e a discriminação contra a comunidade fez com que essa multidão não ficasse indiferente, manifestando-se espontaneamente contra a polícia durante uma semana inteira naquela rua.
O motim de Stonewall foi o verdadeiro ponto de viragem para o movimento de libertação homossexual, não só nos Estados Unidos, mas também no resto do mundo.
Um ano depois, em junho de 1970, ativistas LGBTQIA+ organizaram uma marcha pelos direitos da comunidade e adotaram a palavra “pride” (orgulho) para tentar compensar os danos. Esta iniciativa repetiu-se nos anos seguintes e espalhou-se pelo globo.
Conhecida como a “Mãe do Orgulho”, foi Brenda Howard quem coordenou a primeira marcha do Orgulho LGBT. Além de ter tido a ideia de realizar uma semana de eventos em torno do Dia do Orgulho, fez com que esses eventos evoluíssem para celebrações anuais realizadas durante o mês de junho.
Embora junho seja o mês do orgulho LGBTQIA+, a inclusão deve ser comemorada o ano todo. Diversas marcas promovem coleções que contribuem para algumas instituições LGBTQIA+.