A admiração pelo mar, pela a areia e, sobretudo, pelas pérolas, é apenas um dos muitos detalhes que unem as irmãs Michelle Reis e Tânia Marques Reis, agora também juntas pelo empreendorismo.
Sim, são irmãs, mas não só. A amizade e amor que têm uma pela outra levaram a que criassem um projeto em conjunto. Mais uma vez, foi ao partilhar o gosto por bijutaria e joalharia que fizeram nascer a Sand Lisbon, a marca que tem sempre pérolas nas suas criações, um detalhe que não dispensam.
A Saber Viver falou com as duas fundadoras da marca.
Entrevista a Michelle Reis e Tânia Marques Reis
Como surgiu a ideia de criar a Sand?
Este projeto nasceu de uma ideia da Michelle em criar algo inspirado em pérolas. E o que melhor do que uma coleção, completamente feita à mão, onde cada peça é única? Depois disso, tudo se conjugou de forma muito natural, pois sempre existiu uma grande vontade nossa em fazermos com que nascesse um projeto entre ambas.
Neste caso, uma marca que permitisse executar todas as fases do projeto, desde a criação das peças até à produção fotográfica e partilha de conteúdo. Acabaria por ser uma excelente combinação das paixões e saberes de cada uma delas, onde se complementam.
Porquê este nome?
Este nome foi inspirado na pérola, que é o resultado de uma espécie de defesa de organismo do molusco a um invasor, como um grão de areia. O nome Sand nasce por este motivo: a Natureza com a sua magia consegue transformar um grão de areia numa pérola. E acresce ao nome o Lisbon de forma a homenagear a cidade de Lisboa.
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Este é um negócio entre duas irmãs. Porquê lançarem-se no mundo da bijutaria e como é trabalharem em conjunto?
Somos, além de irmãs, amigas e confidentes. Sempre existiu uma grande inspiração, orgulho e partilha entre as duas e, quando a tive a ideia da Sand Lisbon, a Tânia acreditou desde logo no conceito.
Sou licenciada em Design de Moda e tenho um Mestrado em Ciências da Comunicação Marketing e Publicidade. A Tânia é licenciada em Design de Comunicação e tem um Mestrado em Produção e Criação em Artes Digitais. Já vivemos em várias cidades, mas decidimos voltar a Santa Cruz, uma pequena localidade junto ao mar na zona de Torres Vedras, que dizem ser um pequeno paraíso escondido em Portugal.
Desde tenra idade sempre tive interesse por desenho e trabalhos manuais, então, optei por me licenciar em Design de Moda, no qual me abriu horizontes e o gosto pela joalharia. A Tânia acompanhou-me sempre nas várias fases da minha vida e também sempre gostou de joalharia, mas a sua verdadeira paixão é a fotografia, fazendo-se sempre acompanhar da sua Hasselblad.
E porquê bijuteria?
A bijuteria ou joalharia são símbolo de história e de herança, que passam de geração em geração. É impossível ficar indiferente. Quando nos deparamos com estes objetos guardados ou usados e que passam de pais para filhos ou de avós para netos, deixam de ser apenas objetos de adorno e passam a ser memórias afetivas que se guardam ao longo da vida
Temos como missão homenagear o ser humano, a mulher e o homem, que procurem peças únicas, com um look vintage, mas simultaneamente contemporâneo e elegante.
De onde surgiu este amor por pérolas?
As pérolas têm uma magia, magia essa que é difícil alguém não gostar deste objeto. Para além disso, sempre foram usadas ao longo da história.
No que toca à escolha de pérolas como peça essencial, foi algo natural. E é interessante pensar que um objeto tão delicado e sublime como uma pérola se mantém tão elegante, magnífico e elementar, sem nunca perder a sua verdadeira essência. Continua inalterada desde o momento em que nasce.
As peças da Sand Lisbon criam um contexto para as expor, criando formas alternativas de serem utilizadas e vividas. Assenta essencialmente na crença de que o corpo humano é o palco perfeito para a disposição.
Quais são as vossas maiores inspirações no mundo da bijutaria e da joalharia?
All Blues (pelos metais e correntes) e Alighieri Jewellery (por todo o conceito de marca) e como não poderia deixar de ser, o legado das joias vintage Chanel, que tanto homenageiam as pérolas.
Que obstáculos enfrentaram no lançamento da Sand?
Em todos os projetos existem obstáculos. O mundo da bijuteria ou da joalharia é vasto e existe um mundo inteiro a ser descoberto. Trabalhamos todos os dias para conseguir adquirir mais conhecimentos e expertise para podermos realizar um trabalho que se adeque às nossas expetativas e expetativas dos nossos clientes.
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Reparei que não produzem em grandes quantidades para evitar o desperdício. Esta é também uma medida para manter a marca mais exclusiva? Têm mais alguma preocupação relacionada com o ambiente?
Sim, as peças da Sand Lisbon são sempre criadas manualmente e sob encomenda, com limitação de stock para evitar o excesso e desperdício de materiais. Como referimos, o nosso maior objetivo seria o de criar algo que pudéssemos produzir de forma manual. Na realidade, todas as peças se tornam únicas devido às caraterísticas das pérolas, que são naturais. Termos como objetivos futuros poder trabalhar com metais reciclados.
As peças são feitas por vocês? Que materiais utilizaram e onde se inspiram para criar cada peça?
Pode parecer um cliché, mas a verdade é que as peças têm a inspiração no mar e na praia, mas também no corpo humano. No que diz respeito à escolha de pérolas como peça essencial, e a água sendo o seu meio primário, pareceu uma escolha natural.
Neste momento, para além das pérolas, usamos aço inoxidável, mas, num futuro próximo, estamos a explorar outros metais como o latão, prata e o ouro.
Qual foi a primeira peça que criaram para a Sand?
A primeira peça foi um colar, o Diana Necklaces.
Se pudessem escolher uma palavra ou uma frase para descrever a Sand, qual escolheriam?
Herança/ História.
Onde é que gostavam que a Sand chegasse e que planos têm para a marca?
Gostaríamos que a Sand Lisbon se tornasse numa marca que crie histórias e memória, estamos a trabalhar para isso. Step by step, consoante as nossas possibilidades.